Assentado em um lote suburbano de Gallarate, na região italiana da Lombardia, ergue-se, em dois blocos de mármore travertino, o mais recente projeto de Álvaro Siza: um condomínio residencial de 20 unidades desenvolvido em parceria com o escritório português COR Arquitectos. Fazendo frente para a movimentada Via Roma e a pacata Via Postporta, o conjunto reinterpreta duas tipologias locais – o pátio lombardo e a vila isolada – em um jogo de volumes que faz lembrar as geometrias de outra obra-prima de Siza, a Faculdade de Arquitetura do Porto.
Os dois volumes que compõem o projeto elevam-se quatro pavimentos acima do solo e contam, ainda, com dois subsolos dedicados à garagem. Entre as edificações, um passeio aberto ao público articula os blocos e dá acesso a um casario histórico incorporado ao conjunto.
O projeto parece trazer a tona a faceta de Siza preocupada em resolver questões de habitação – um programa anteriormente explorado nos projetos para o Bairro da Bouça, no Porto, Schilderswijk, em Haia, Schlesisches Tor, em Berlim, e Campo di Marte, em Veneza. Desta vez, no entanto, não se trata de habitação social, mas de alto padrão – aspecto evidenciado pelas amplas aberturas envidraçadas e revestimento em mármore nas fachadas.
"Os clientes eram os proprietários e também os construtores. Quando a relação com o cliente vai bem, o trabalho também vai bem", comenta Roberto Cremascoli, do COR Arquitectos, em entrevista à jornalista Giulia Ricci, da DOMUS. Após uma série de projetos recentes de maior escala, construídos, em sua maioria, na Ásia, parece que o trabalho na Itália correu, de fato, bem e que Siza não perdeu a mão para projetos de habitação.
Com informações de: DOMUS